Na sociedade atual, onde a aparência alta é muito valorizada, os profissionais da área da saúde são comumente questionados a respeito da relação entre exercício físico e o crescimento (em altura) de crianças e adolescentes.
- A prática de exercícios INTENSOS pode atrapalhar o crescimento? A prática de ginástica artística (ou como também é muito conhecida, ginástica olímpica) faz com que a criança ou adolescente que pratique fique com baixa estatura?
Mas um consenso entre essas duas linhas de pensamento é que uma criança que pratique essa modalidade, de 1 hora a 1 hora e meia, 2 vezes na semana (totalizando 2 a 3 horas de treinamento semanal), não corre nenhum risco de ficar mais baixa quando adulta por causa dessa prática.
Caso vc não consiga ver o vídeo no blog, pode assistir no link: http://www.youtube.com/watch?v=bwxH-rgNkh0
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(3) “Treinamento de força muscular para crianças e jovens”, dos autores Rodrigo Silva Perfeito, Diego Gomes de Sá Alves Wallace Machado Magalhães de Souza.
@Gugatirone
“O crescimento físico é caracterizado pelo somatório de fenômenos celulares, biológicos, bioquímicos e morfológicos, cuja interação é efetuada através de um plano predeterminado geneticamente e influenciado pelo meio ambiente”(1), ou seja, o crescimento físico de um indivíduo depende tanto de fatores ambientais (como alimentação, por exemplo), quanto de fatores genéticos (os fatores hereditários, que não se alteram).
O GH (hormônio do crescimento) tem um papel importante no crescimento ósseo e dos tecidos moles e é secretado em maior quantidade durante o sono profundo. (1)
Existem muitos mitos em relação à prática de atividades e exercícios físicos por crianças e adolescentes e a relação com a altura final desses praticantes. Veremos neste post alguns mitos e algumas verdades a respeito do assunto.
- Exercícios físicos MODERADOS podem ajudar no crescimento?
VERDADE, segundo estudos realizados, a prática MODERADA de exercícios físicos pode aumentar a secreção de GH na circulação, o que ajudaria no crescimento.
- A prática de exercícios INTENSOS pode atrapalhar o crescimento? A prática de ginástica artística (ou como também é muito conhecida, ginástica olímpica) faz com que a criança ou adolescente que pratique fique com baixa estatura?
Bom, com relação à essas perguntas, não existe uma resposta definida ainda.
Alguns estudos dizem que sim, que a prática de exercícios intensos, com altas cargas de treinamento (alta intensidade e duração do treinamento físico), como ocorre no treinamento de atletas de alto nível pode prejudicar o crescimento, como mostrou um estudo que está na fonte “(1)”. Ele diz que o treinamento físico extenuante representa um estresse capaz de atenuar o crescimento físico, sendo esse efeito resultante mais da intensidade e duração do treino do que propriamente do tipo de exercício praticado. Um estudo feito com crianças de 9 a 11 anos, onde essas crianças fizeram um treinamento aeróbio de 5 semanas, com intensidade de 90 minutos, durante 5 vezes na semana, foi verificado uma diminuição significativa dos níveis de IGF-1 (que está relacionado também com o crescimento ósseo), em relação às crianças do grupo controle (1). É sugerido por esses autores que, para evitar comprometimentos no crescimento, a duração semanal do treinamento físico não ultrapasse 15 a 18 horas. A intensidade e a duração do treinamento físico são fatores mais importantes, quando se trata principalmente de crescimento, do que o próprio esporte praticado.
Mas por outro lado existem estudos que mostram que não, que mesmo a prática de exercícios físicos intensos não prejudica o crescimento. “Pesquisadores demonstraram que mães de ginastas meninas apresentaram maturação tardia em relação ao grupo de mães de nadadoras e do grupo de controle (THEINTZ e colaboradores, 1989)” (2). E estes autores que afirmam que não há prejuízo no crescimento com o treinamento de alta intensidade, se utilizam do argumento de que, se o treinamento de alta intensidade prejudicasse o crescimento, isso ocorreria com atletas de todas as modalidades, o que não ocorre, e podemos ver isso no vôlei, no basquete, onde a média dos atletas muitas vezes ultrapassa 1,90m. Segundo um estudo feito(2), a estatura de atletas de alto nível de GA se deve por uma seleção natural do esporte, sendo assim, os atletas mais baixos teriam uma maior facilidade na execução de movimentos devido ao menor braço de alavanca de seus membros, no caso da execução de movimentos sobre a trave (que tem um limite de 10cm de largura), por exemplo, as crianças mais baixas, que apresentam pés menores, teriam maior facilidade de executar os movimentos nesse aparelho, já que, por causa das dimensões desse, a margem de erro para as laterais é pequena. E existem também atletas de alto nível que conseguiram ganhar campeonatos mundiais nesta modalidade com uma estatura maior do que a média, no feminino a atleta mais alta registrada media 1,73m e no masculino o atleta mais alto media 1,85m na época em que foram campeões (2). Estes atletas foram os mais altos registrados, mas não foram os únicos acima da média.
Mas um consenso entre essas duas linhas de pensamento é que uma criança que pratique essa modalidade, de 1 hora a 1 hora e meia, 2 vezes na semana (totalizando 2 a 3 horas de treinamento semanal), não corre nenhum risco de ficar mais baixa quando adulta por causa dessa prática.
- E o treinamento de força para crianças e adolescentes, prejudica o crescimento? Aumenta o risco de lesões?
Segundo um estudo feito (3), o treinamento de força muscular pode ser feito para crianças e jovens, segundo a National Strength and Conditioning Association, da American Orthopedic Society for Sports Medicine, e da Academy of Pediatrics, desde que devidamente prescrito e supervisionado. No caso desse grupo (crianças e jovens), o treinamento de força não acarretaria em ganhos substanciais de massa muscular (devido à quantidade de testosterona sintetizada durante a infância), mas sim “associado ao ‘aprendizado’ e ativação neuromuscular aprimorada” (3). As adaptações dessa prática contribuem, entre outros fatores para “um aperfeiçoamento da força, o desempenho esportivo e a prevenção de lesões” (3). Apesar de não se saber qual o mínimo de exercício necessário para uma melhora na densidade óssea, sabe-se que a prática de treinamento de força pode “apresentar um efeito favorável na densidade mineral óssea em crianças e adolescentes de ambos os sexos”.
Com relação ao risco de lesões na prática do treinamento de força, é necessário consciência na instrução, pois muitas lesões são decorrentes de má utilização da técnica do exercício (erro na execução), aquecimentos incorretos antes da sessão de treinamento, altas cargas aplicadas à execução de determinado número de repetições (em crianças e jovens nunca devem ser aplicadas cargas máximas ou próximas da máxima). O número de repetições deve ser apenas uma indicação, e “as crianças devem entender que o numero de repetições é apenas um indicador e que é aceitável realizar mais ou menos do que o número sugerido” (3).
“As atividades esportivas adequadamente programadas e supervisionadas potencializam a densidade mineral óssea, particularmente durante a adolescência, quando o pico de massa óssea está por ser alcançado. Estudos apresentam a combinação, dieta rica em cálcio associada ao exercício físico, durante a adolescência, como recurso adequado para a maximização do pico de massa óssea e conseqüente redução do risco de osteoporose futura.”(1)
Caso vc não consiga ver o vídeo no blog, pode assistir no link: http://www.youtube.com/watch?v=bwxH-rgNkh0
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Fontes:
http://magamaciel.blogspot.com
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(1) Artigo de revisão: “O exercício físico potencializa ou compromete o crescimento longitudinal de crianças e adolescentes? Mito ou verdade?”, autores Carla Cristiane da Silva, Tamara Beres Lederer Goldberg, Altamir dos Santos Teixeira e Inara Marques, encontrado na Rev Bras Med Esporte _ Vol. 10, Nº 6 – Nov/Dez, 2004
(2) “Ginástica artística e estatura: mitos e verdades na sociedade brasileira”, dos autores Raul Alves Ferreira Filho, Myriam Nunomura e Mariana Harumi Cruz Tsukamoto, encontrado na Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte – 2006, 5(2):21-31.
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